quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Uma Homenagem ao Prof. José Vilson dos Anjos

Lembro-me de uma aula que, com certeza, foi a melhor aula que tive na faculdade de psicologia... O professor era o José Vilson dos Anjos, chefe da cadeira de psicopatologia da Unip... Ele não assinava nenhum papel, não se rendia a nenhuma burocracia, mas era tão respeitado que mesmo não tendo nenhum documento que 'provasse', ele tinha esse cargo. E era realmente um mestre. 

Mas vamos à aula... 

O tema era o amor. Graças a Deus ele não ficava só na psicanálise e visitava outros assuntos para falar do amor... Música, Astrologia, Tarot, Mitologia, História, Umbanda, etc 

Mas nessa aula, entre outras coisas ele falou sobre as Quatro Ignorâncias de um Amante, sob o ponto de vista do 

Pe. Antônio Vieira, lá no ano de 1630.... 

E elas são: 

A Primeira Ignorância de um Amante

Não conhecer a si mesmo 

Quando não conhecemos a nós mesmos entramos no estado de identificação e projeção com a outra pessoa. Projetamos no outro aspectos nossos. Não sabemos olhar para dentro e reconhecer os próprios erros, as próprias dificuldades então dizemos que o outro é terrível. Criamos uma lista de culpados pela nossa própria insatisfação. 

Conhecer a si mesmo também é estar em contato com nosso Eu Superior, a parte Divina em nós, que sabe dar limites, que sabe perdoar, que não aceita o que é inaceitável. E que ama profundamente, a sim mesmo e ao outro. 

A Segunda Ignorância de um Amante 

Não conhecer a quem se ama 

Quando não conhecemos a essência da outra pessoa criamos expectativas, destruímos a comunicação saudável, acusamos erroneamente o outro, enfim criamos confusão, ilusão e mal entendidos. Queremos que ela nos dê o que ela não pode nos dar, queremos que ela seja perfeita, imaculada, iluminada. 

Mas todos temos lados positivos e negativos, não? 

A Terceira Ignorância de um Amante - 

Não conhecer o Amor 

O Amor é um sentimento que une, que engloba, que junta. E ele começa trazendo as nossas partes obscuras à consciência. Integrar nossa sombra e transformá-la em Luz é uma obra do Amor. Somente este sentimento tem a capacidade de fazer isto. O Amor coloca a mão na lama porque sabe que quando erguemos as mãos para o céu a lama é transmutada. Sendo assim é possível curar feridas, amenizar o casaço existencial, suavizar emoções pesadas. 

Estar em estado de amor significa também aceitar e curar nossos lados sombrios e os lados sombrios da outra pessoa. Porque todos temos um inconsciente repleto de medos, de traumas.... E o Amor sabe disso. 

Quando duas pessoas inteiras estão harmonizadas, no caminho, se trabalhando e essas pessoas se relacionam, se amam, com certeza elas estarão gerando muita Luz para o mundo. 

A Quarta Ignorância de um Amante 

Não saber a hora de parar, mesmo amando. 

Quem ama sabe que as coisas mudam, e que há momentos em que é melhor jogar tudo para o vento. O Desapego é necessário. Afinal o que realmente levamos conosco quando morremos? O Amor. 

O Desapego é uma grande lição. Ele nos mostra o caminho da aceitação do que É. Ele diminui a nossa necessidade de estarmos sempre certos. Ele nos mostra que a vida nem sempre é do jeito que a gente gostaria que ela fosse e ao aceitar este fato crescemos espiritualmente. 

Um grande abraço a todos, 

fica aqui a minha homenagem ao Vilson, que já está no mundo espiritual, com certeza ajudando muito por lá....

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