quarta-feira, 26 de dezembro de 2012 0 comentários

A Rosa e o Sapo

Era uma vez uma rosa muito bonita, que se sentia envaidecida ao saber que era a mais linda do jardim. Mas começou a perceber que as pessoas somente a observavam de longe. Acabou se dando conta de que, ao seu lado, sempre havia um sapo grande, e esta era a razão pela qual ninguém se aproximava dela. Indignada diante da descoberta, ordenou ao sapo que se afastasse dela imediatamente. O sapo, muito humildemente, disse: - Está bem, se é assim que você quer... Algum tempo depois o sapo passou por onde estava a rosa, e se surpreendeu ao vê-la murcha, sem folhas nem pétalas. Penalizado, o sapo disse a ela: - Que coisa horrível, o que aconteceu com você? A rosa respondeu: - É que, desde que você foi embora, as formigas e insetos me comeram dia a dia, e agora estou deste jeito, feia e morrendo e sei que nunca mais voltarei a ser o que era. O sapo respondeu: - Quando eu estava por aqui, comia todas as formigas e bichinhos que se aproximavam de você. Por isso é que você era a mais bonita do jardim... Existem pessoas que se acham mais importantes do que as outras, e por isso se acham no direito de menosprezar os outros. Mas aos olhos de Deus cada um de nós tem o seu valor, e é de grande importância que nós reconheçamos o valor que tem o nosso próximo, para termos uma vida feliz... Que Deus abençoe a todos!
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012 0 comentários

Feliz Natal




sexta-feira, 21 de dezembro de 2012 0 comentários

Tudo Passará




Havia, certa vez, um rei sábio e bom, que já se encontrava no fim de sua vida. Certo dia, pressentindo a chegada da morte, chamou seu único filho, que o sucederia no trono, tirou do dedo um anel e deu-o a ele dizendo:
- Meu filho, quando fores rei, leva sempre contigo este anel. Nele há uma inscrição. Quando estiveres vivendo situações extremas de glória ou de dor, tira-o e lê o que há nele
E o rei morreu, e seu filho passou a reinar em seu lugar, sempre usando o anel que o pai lhe deixara.
Passado algum tempo, surgiram conflitos com um reino vizinho, que acabaram culminando numa terrível guerra.
O jovem rei, à frente do seu exército partiu para enfrentar o inimigo.
No auge da batalha, seus companheiros lutavam bravamente; mortos, feridos, tristeza, dor, o rei lembra-se do anel; tira-o e lê a inscrição: ISTO TAMBÉM PASSARÁ.
E ele continua a luta. Perde batalhas, vence outras tantas, mas ao final, sai vitorioso. Retorna, então, ao seu reino e, coberto de glória, entra em triunfo na cidade. O povo o aclama.
Neste momento ele se lembra do seu velho e sábio pai. Tira o anel e lê:ISTO TAMBÉM PASSARÁ.
Todas as coisas, na Terra, passam...
Os dias de dificuldades, passarão...
Passarão também os dias de amargura e solidão...
As dores e as lágrimas passarão.
As frustrações que nos fazem chorar... um dia passarão.
A saudade do ser querido que se vai na mão da morte, passará.
Os dias de glórias e triunfos, em que nos julgamos maiores e melhores que os outros... igualmente passarão.
Essa vaidade interna que nos faz sentir como o centro do universo, UM DIA PASSARÁ.
Dias de tristeza... Dias de felicidade... São lições necessárias que, na Terra, passam, deixando no espírito imortal as experiências acumuladas.
Se hoje, para nós, é um desses dias repletos de amargura, paremos um instante.
Com o pensamento elevado busquemos a voz suave a nos dizer: ISTO TAMBÉM PASSARÁ....
E guardemos a certeza, pelas próprias dificuldades já superadas, que não há mal que dure para sempre.
O planeta Terra, semelhante a enorme embarcação, às vezes parece que vai soçobrar diante das turbulências de gigantescas ondas.
São guerras, interesses mesquinhos, desvalores...
Assim, façamos a nossa parte o melhor que pudermos, sem esmorecimento, e confiemos no Deus Eterno , aproveitando cada segundo, cada minuto que, por certo... TAMBÉM PASSARÃO!

      
terça-feira, 18 de dezembro de 2012 0 comentários

Feliz Natal

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012 0 comentários

A Mais Bela Flor

O estacionamento estava deserto quando me sentei para ler embaixo dos longos ramos de um velho carvalho.

Desiludido da vida com boas razões para chorar, pois o mundo estava tentando me afundar.

E se não fosse razão suficiente para
 arruinar o dia, um garoto ofegante se chegou, cansado de brincar. Ele parou na minha frente, cabeça pendente, e disse cheio de alegria:

- "Veja o que encontrei".

Na sua mão uma flor, e que visão lamentável,
 pétalas caídas, pouca água ou luz.

Querendo me ver livre do garoto com sua
 flor, fingi pálido sorriso e me virei.

Mas ao invés de recuar ele se sentou
 ao meu lado, levou a flor ao nariz e declarou com estranha surpresa:

- "O cheiro é ótimo, e é bonita também...

Por isso a peguei; ei-la, é sua."


A flor à minha frente estava morta
 ou morrendo, nada de cores vibrantes
como laranja, amarelo ou vermelho,
 mais eu sabia que tinha que pegá-la, ou ele jamais sairia de lá.

Então me estendi para pegá-la e respondi:

- O que eu precisava.

Mas, ao invés de colocá-la na minha mão,
 ele a segurou no ar sem qualquer razão.

Nessa hora notei, pela primeira vez, que o garoto
 era cego, que não podia ver o que tinha nas mãos.

Ouvi minha voz sumir, lágrimas despontaram
 ao sol enquanto lhe agradecia por escolher a melhor flor daquele jardim.

- "De nada ele sorriu."


E então voltou a brincar sem perceber
 o impacto que teve em meu dia. Me sentei e pus-me a pensar como ele conseguiu enxergar um homem auto-piedoso sob um velho carvalho.


Como ele sabia do meu sofrimento auto-indulgente? Talvez no seu coração ele tenha sido
 abençoado com a verdadeira visão. Através dos olhos de uma criança cega, finalmente entendi que o problema não era o mundo, e sim EU.

E por todos os momentos em que eu
 mesmo fui cego, agradeci por ver a beleza da vida e apreciei cada segundo que é só meu.

E então levei aquela feia flor ao meu nariz
 e senti a fragrância de uma bela rosa, e sorri enquanto via aquele garoto, com outra flor em suas mãos prestes a mudar a vida de um insuspeito senhor de idade.
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O Todo Poderoso Timão


terça-feira, 11 de dezembro de 2012 0 comentários

Pensamento Do Dia # 56


Sentir primeiro, pensar depois
Perdoar primeiro, julgar depois
Amar primeiro, educar depois
Esquecer primeiro, aprender depois

Libertar primeiro, ensinar depois
Alimentar primeiro, cantar depois

Possuir primeiro, contemplar depois
Agir primeiro, julgar depois

Navegar primeiro, aportar depois
Viver primeiro, morrer depois
Mario Quintana
sábado, 8 de dezembro de 2012 0 comentários

Sobre o início do tratamento – S. Freud



Neste texto Freud utiliza-se de sua experiência para colocar algumas “regras” referentes à prática psicanalítica. Enfatizando que tais regras devem ser compreendidas como recomendações, levando em consideração seus limites e a complexidade dos processos mentais.
Descreve que o paciente ao chegar para ser analisado é preciso iniciar uma preliminar (de uma ou duas semanas) anterior ao início do tratamento, onde o analista poderá colher maiores informações sobre o indivíduo amenizando também o sentimento de frustração caso não se adaptem aos métodos propostos, pois terá em mente que o tratamento ainda não havia iniciado. Nesta fase preliminar, o analista deve interromper o mínimo necessário, fazendo com que o paciente sinta-se confortável para dizer tudo que lhe vem à mente.
Freud alerta que se deve desconfiar dos pacientes que resistem ao início do tratamento, pois podem não comparecer quando a ocasião é combinada.
Faz também um alerta sobre as dificuldades encontradas em atendimentos de pessoas próximas, que mantém um laço de amizade, ou laços sociais.
Considera de pouca importância o nível de confiança que o paciente sustenta pelo tratamento, já que isso se torna mínimo de ante as resistências internas.
Descreve que mesmo aquele que também possui suas resistências internas, pode perfeitamente realizar uma análise em outras pessoas.
Ao se iniciar o tratamento psicanalítico, deve-se acordar em relação ao tempo e o pagamento. Cabe ao paciente arcar com aquele horário que lhe foi atribuído, sendo ele utilizado pessoalmente ou não. Assim Freud acredita que se reduzem as resistências e se mantém o material trabalhado. Enquanto o analista não deve sentir-se culpado, pois o tempo quase nunca se é utilizado com atividades remuneradas de lazer sendo mesmo de ante ao não comparecimento do paciente a análise continua a acontecer. Porém, abre uma exceção para doenças físicas, nas quais o paciente pode apresentar um interesse psíquico de comparecer.
Em relação à freqüência, Freud refere trabalhar com seus pacientes todos os dias da semana, sendo três vezes por semana os casos leves ou que já se encontram melhor. Alegando que mesmo interrupções breves (como dos finais de semana) já prejudicam o conteúdo trabalhado. Assim como o tempo de sessão, em que alguns casos, uma hora não se faz suficiente.
Quanto à curiosidade que se apresenta em relação ao tempo de duração do tratamento, Freud coloca como uma pergunta quase irrespondível, já que o trabalho varia de acordo com cada funcionamento psíquico e não se pode atingir uma conclusão antecipada de como o trabalho irá prosseguir. Porém afirma que a psicanálise não acontece de forma breve (“meio ano ou anos inteiros”), considerando que as profundas mudanças da mente necessitam de tempo para acontecer.
Coloca como necessário o conhecimento de que as neuroses funcionam como um todo, não sendo possível tratar sintomas isoladamente.
Sendo o paciente ideal aquele que busca saúde completa e disponibiliza o tempo que for necessário para a realização do trabalho.
Em relação ao dinheiro cobrado em sessão, Freud considera condição básica para que o trabalho aconteça, sugerindo para que não se faça caridades ou tratamentos gratuitos, pois quando se sobrecarrega de forma não equilibrada uma das partes, a análise pode ser prejudicada. Interferindo inclusive na relação transferecial.
Deve-se falar com o paciente sobre dinheiro de maneira aberta e clara, assim como se deve falar sobre a sexualidade, demonstrando que ambos podem ser tratados de maneira civilizada e esclarecida.
O analista, segundo ele, deve cobrar um valor considerável tendo em mente que possui um método de trabalho útil e eficaz, assim como um cirurgião. Avaliando que a doença e a estupidez são sempre mais “caros” que qualquer tratamento.
Freud explica sobre a utilização do divã, que em primeiro lugar é feita para benefício do próprio analista, que deve estar preservado de influenciar através de seus pensamentos inconscientes e expressões corporais na corrente dos pensamentos do paciente, assim como evita de ser “observado” durante toda sua jornada de trabalho.
Inicialmente deve-se deixar que o paciente inicie sua fala do ponto onde escolher, porem anteriormente deve-se fazer a observação para que ele diga tudo que sabe a seu respeito, procurando dizer principalmente conteúdos que parecem ser censurados pela mente, trazendo a impressão de que não devem ser ditos.
Orienta que nunca se deve esperar um relato sistemático, como não se deve incentivá-lo, alegando que cada detalhe pode ser usado como conteúdo de trabalho e que repetições sempre acontecem.
Diminuem-se ás resistências, as influências e o “desperdício” de conteúdos importantes quando o paciente evita comentar sobre o tratamento com pessoas de seu convívio.
Caso o paciente apresente necessidade de realizar um tratamento de causa orgânica, convém encaminhá-lo a outro especialista, nunca oferecendo na análise outros caminhos que o possam levar a saúde.
Freud utiliza-se de sua experiência prática para concluir que o conteúdo a ser trabalhado deve-se restringir ao que o paciente comunica, não havendo efetividade nas informações provindas do externo (como de parentes ou cônjuges).
Somente após uma eficaz transferência e vínculo já estabelecido é que se deve comunicar ao paciente as interpretações e intervenções. Não sendo recomendado utilizar pontos de vistas que contrariem ou julgue de forma moral aquilo que o paciente diz. Assim como se deve atentar para não realizar “diagnósticos relâmpagos” que geralmente acontecem no momento em que o paciente não se encontra preparado, gerando assim um efeito contrário no sucesso da análise. Fazendo como que a resistência aumente a possibilidade de superá-la diminua.
Freud recorda que o que motiva o paciente a fazer análise é o sofrimento vivido por ele e o desejo de curar-se, não tendo para este fim o conhecimento necessário do caminho a seguir e de como arrecadar energias para romper as barreiras da resistência, sendo esses os dois pontos oferecidos a ele durante a terapia psicanalítica. Sendo possível reduzir ou eliminar os sintomas ao longo do processo de mudança e ganhar uma maior compreensão intelectual sobre si próprio.


Talita Stern


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012 0 comentários

A VERDADEIRA ALQUIMIA


Certa vez um andarilho apareceu numa aldeia da Idade Média. Dirigiu-se à praça central da cidade, anunciou-se como alquimista e disse que ensinaria como transformar qualquer tipo de metal em ouro. Algumas pessoas pararam para ouví-lo e começaram a proferir gracejos e ridicularizá-lo. O estranho não se abalou com as chacotas, pediu um pedaço de metal e alguém entregou-lhe uma ferradura, um outro ofereceu-lhe um prego. O alquimista então pegou ambas as peças, e ainda sob as risadas dos incrédulos, colocou-as numa pequena vasilha e derramou sobre elas o conteúdo de um frasco que havia retirado de sua sacola. Permaneceu alguns segundos em silêncio e o fenômeno aconteceu: a ferradura e o prego tornaram-se dourados.
 
Uma sensação de espanto percorreu a multidão que se avolumava cada vez mais na praça. O alquimista levantou as peças de ouro para que todos pudessem admirar a transmutação.
 
Um ourives presente no local pediu para examinar os objetos e foi atendido.
 
Em pouco tempo, revelou serem as peças de ouro puríssimo como nunca tinha visto. As pessoas agitaram-se e agora queriam ouvir. O alquimista então pegou um grosso livro de sua sacola e disse estar nele o segredo da transmutação dos metais em ouro. Em seguida, entregou o livro a uma criança próxima e partiu tranqüilo. Ninguém o viu ir embora, pois todos os olhos mantiveram-se fixos no objeto nas mãos da criança. Poucos dias depois, a maioria das pessoas possuía uma cópia do valioso manuscrito, assim a receita para produzir ouro passou a ser conhecida por todos. Contudo, a fórmula era complexa. Exigia água destilada mil vezes no silêncio da madrugada e ingredientes que deveriam ser colhidos em noites especiais e em praias distantes.
 
No início todos puseram as mãos à obra, mas com o passar do tempo, as pessoas foram desistindo do trabalho. Era muito penoso ficar mil noites em silêncio esperando a água destilar. Além disso, procurar os outros ingredientes era muito cansativo.
 
As pessoas foram desistindo. E, à medida que desistiam, tentavam convencer os outros a fazerem o mesmo. Diziam que a forma era apenas uma galhofa deixada pelo alquimista para mostrar como eram tolos. Assim, muitos e muitos outros, influenciados pelos primeiros, também desistiram. Mas, um pequeno grupo prosseguiu com o trabalho. Apesar de ridicularizados pelo resto da aldeia, continuaram destilando a água e fizeram várias viagens juntos à procura dos ingredientes da fórmula.
 
O tempo correu, e a quantidade de histórias divertidas, e de situações que eles passaram juntos, desde que começaram a seguir a fórmula, cresceu. E o grupo dos aprendizes de alquimia tornou-se cada vez mais unido. Converteram-se em grandes amigos. Até que em um mesmo dia, todos que tinham começado juntos, viraram a última página das instruções do livro, e lá estava escrito:
 
"Se todas as instruções foram seguidas, você tem agora o líquido que, derramado sobre qualquer metal, transforma-o em ouro. Entretanto, agora você já percebeu que a maior riqueza não está no produto final obtido, mas sim no caminho percorrido. O que nos torna infinitamente ricos não é a quantidade de ouro que conseguimos produzir, mas os momentos que compartilhamos com os verdadeiros amigos".

Autor Desconhecido
domingo, 25 de novembro de 2012 0 comentários

A Mala De Viagem



                                                               

Conta-se uma fábula sobre um homem que caminhava vacilante pela estrada, levando uma pedra numa mão e um tijolo na outra. Nas costas carregava um saco de terra; em volta do peito trazia vinhas penduradas. Sobre a cabeça equilibrava uma abóbora pesada.
Pelo caminho encontrou um transeunte que lhe perguntou: "Cansado viajante, por que carrega essa pedra tão grande?"
"É estranho", respondeu o viajante, "mas eu nunca tinha realmente notado que a carregava." Então, ele jogou a pedra fora e se sentiu muito melhor.
Em seguida veio outro transeunte que lhe perguntou: 'Diga-me, cansado viajante, por que carrega essa abóbora tão pesada?"
"Estou contente que me tenha feito essa pergunta", disse o viajante, "porque eu não tinha percebido o que estava fazendo comigo mesmo." Então ele jogou a abóbora fora e continuou seu caminho com passos muito mais leves.
Um por um, os transeuntes foram avisando-o a respeito de suas cargas desnecessárias. E ele foi abandonando uma a uma. Por fim, tornou-se um homem livre e caminhou como tal. Qual era na verdade o problema dele? A pedra e a abóbora?
Não.
Era a falta de consciência da existência delas. Uma vez que as viu como cargas desnecessárias, livrou-se delas bem depressa e já não se sentia mais tão cansado. Esse é o problema de muitas pessoas. Elas estão carregando cargas sem perceber. Não é de se estranhar que estejam tão cansadas!
O que são algumas dessas cargas que pesam na mente de um homem e que roubam as suas energias?
  1. Pensamentos negativos.
  2. Culpar e acusar outras pessoas.
  3. Pemitir que impressões tenebrosas descansem na mente.
  4. Carregar uma falsa carga de culpa por coisas que não poderiam ter evitado.
  5. Auto-piedade.
  6. Acreditar que não existe saída.
Todo mundo tem o seu tipo de carga especial, que rouba energia. Quanto mais cedo começarmos a descarregá-la, mais cedo nos sentiremos melhor e caminharemos mais levemente.

(Extraído do livro "Psycho-Pictography", de Vernon Howard.)

sábado, 24 de novembro de 2012 0 comentários

A Carroça De Platão


                                               A Carroça De Platão 



Platão da Silva é um conhecido carroceiro de uma cidade do interior.
Sua carroça é antiga mas ele a mantém em ótimo estado de conservação, porque é com ela que Platão ganha seu pão de cada dia.
A carroça é puxada por dois bonitos cavalos. Um deles é branco, o outro, preto.
Um dia, Platão da Silva estava transportando uma carga de alto valor quando, chegando a uma determinada rua, os cavalos entraram em desacordo. Um deles queria subir. O outro queria descer.
Diante do impasse, Platão se viu em dificuldade.
Se os cavalos insistissem em forçar a carroça para lados opostos, ela provavelmente se partiria. Platão ficaria sem transporte e sem meio de vida.
Se os cavalos, na luta, se soltassem, ele ainda teria a carroça mas ficaria parado no meio da rua, sem poder levá-la dali para lugar algum.
Platão tinha um problema para resolver.
Mas ele também tinha alguma vantagem. Diferente dos cavalos, que são seres irracionais, e da carroça, que é um objeto inanimado, Platão podia e sabia pensar. Ele podia usar sua cabeça para resolver a situação.
Porém Platão percebeu que, antes de qualquer coisa, para resolver a situação da maneira mais favorável a si mesmo, ele precisava decidir se queria subir ou descer a rua.

Autoria Desconhecida
quinta-feira, 22 de novembro de 2012 0 comentários

A Idade de Ser Feliz

Existe somente uma idade para a gente ser feliz, 
somente uma época na vida de cada pessoa em que é possível 
sonhar e fazer planos e ter energia bastante para realizá-los 
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos. 
Uma só idade para a gente se encantar com a vida 
e viver apaixonadamente 
e desfrutar tudo com toda intensidade 
sem medo nem culpa de sentir prazer. 
Fase dourada em que a gente pode criar e recriar a vida 
à nossa própria imagem e semelhança 
e vestir-se com todas as cores 
e experimentar todos os sabores 
e entregar-se a todos os amores 
sem preconceito, nem pudor. 
Tempo de entusiasmo e coragem 
em que todo desafio é mais um convite à luta 
que a gente enfrenta com toda disposição de tentar algo novo, 
de novo e de novo, 
e quantas vezes for preciso. 
Essa idade tão fugaz na vida da gente 
chama-se PRESENTE 
e tem a duração do instante que passa ...

Mário Quintana
quarta-feira, 21 de novembro de 2012 0 comentários

O Outro Psicanalítico



O OUTRO
O Outro, com O maiúsculo, não é uma pessoa individual (embora o Outro freqüentemente seja projetado em indivíduos), nem é uma espécie de universal, como "O outro generalizado" de Mead (1925, p. 193). Para Lacan (1956) o Outro é um campo, "o próprio fundamento da intersubjetividade" (p. 35), marcando o lugar no qual estrutura e significado se tornam possíveis. Lacan ilustra isso com uma anedota contada por Freud: "Por que você está mentindo para mim?", pergunta aflito um dos personagens. "Sim, por que você está mentindo para mim, dizendo que vai para a Cracóvia, de modo que eu pense que você vai para Lemberg, quando na realidade você está indo para a Cracóvia? (p. 36; Freud 1905, p. 115). Para que essa anedota tenha sentido, o ouvinte tem que ir além das próprias palavras, além de seu significado literal, e também além dos próprios personagens que falam, passando a uma outra dimensão ou posição além das palavras e dos personagens que falam, a um campo que estrutura de maneira significativa as palavras e os personagens que falam. Compreendendo essa anedota afirmamos o estatuto do Outro não como uma outra pessoa numa relação Eu-Tu, mas o Outro como o terceiro estrutural que dá perspectiva a qualquer relação Eu-Tu, o Outro como lugar potencial para situar-se e julgar a verdade de qualquer contrato de duas partes. Lacan lembra-nos de que o próprio fato de que é possível mentir é uma afirmação dessa terceira posição, porquanto mentir exige que aquele que fala leve em conta a perspectiva da verdade, a perspectiva proporcionada pelo Outro. Por essa razão Lacan (1977) refere-se ao Outro como "fiador da Boa-Fé" (p. 173) e "testemunha da Verdade" (p. 305).
Essa referência ao Outro ressoa com o emprego que Freud fez da expressão de Fechner, ein anderer Schauplatz (uma outra cena), para descrever onde os sonhos ocorrem e como referência geral ao inconsciente (Freud 1900a, p. 48; 1900b, p. 50-51). Como "discurso do Outro" que o transcende, o inconsciente articula aquilo que é recebido de outro lugar e aquilo que é recebido primariamente é o "desejo do Outro". O desejo, como veremos, surge num contexto intersubjetivo estruturado pelo Outro, pelo campo da linguagem e do inconsciente. Lacan (1977) escreve que ë "como desejo do Outro que o desejo do homem encontra uma forma" (p. 311), isto é, "é qua [enquanto] outro que ele deseja" (p. 312). Na matriz da relação mãe-bebê, o desejo do indivíduo encontra sua forma, torna-se inconscientemente estruturado pelo - e como - desejo de um outro, e essa identificação do desejo do indivíduo com o de um outro nunca poderá ser completamente dissolvida, é o dinamismo expressado em repetição, e persiste conforme é estruturado pelos significantes.
Lacan ilustra a descoberta freudiana por meio de círculos excêntricos, círculos cujos centros não coincidem e que não podem ser englobados e unificados por um círculo maior com um único centro. Ele adverte que "se ignorarmos a radical excentricidade do self em relação a si mesmo com a qual o homem é confrontado, em outras palavras, a verdade descoberta por Freud, estaremos falsificando tanto a ordem quanto os métodos da mediação psicanalítica" (p. 171). Não podemos mediar essa divisão como analistas se acreditamos que o paciente pode tornar-se uma "pessoa total" ou um "self completo". Lacan se opõe "a qualquer referência a totalidade no indivíduo" (p. 80), porque o in-divíduo não pode ser concebido dada a divisão introduzida pelo "sujeito do inconsciente" (pp. 128, 299). Assim Lacan insiste em que a "radical heteronomia que a descoberta de Freud mostra formando uma lacuna dentro do homem nunca mais poderá ser coberta sem que o que quer que seja empregado para esconder isso seja profundamente desonesto" (p. 172).
sexta-feira, 16 de novembro de 2012 0 comentários

Jacques Lacan

Jacques Lacan


JACQUES LACAN (1901-1981) foi o seguidor que mais contribuiu e deu continuidade à obra 
de Freud, e soube articular a psicanálise a diferentes campos do saber, como arte, literatura, 
ciência e filosofia. A Zahar é responsável pela publicação da obra de Lacan no Brasil: seus 
Escritos, Outros escritos e Seminários, além de textos incluídos na série Paradoxos de Lacan.
quinta-feira, 15 de novembro de 2012 0 comentários

Freud está de Volta Parte III




Desejos Ocultos
O que chama a atenção nessas idéias falsas é a presença de desejo, uma impressão que Fotopoulou confirmou com a análise quantitativa de 155 das confabulações do paciente. As falsas crenças do paciente não eram aleatórias - eram geradas pelo "princípio de prazer" que, segundo Freud, é central para o inconsciente. O homem simplesmente reconstruía a realidade como queria que fosse. Observações semelhantes foram relatadas por outros pesquisadores, como Martin Conway, de Durham, e Oliver Turnbull, da Universidade de Gales. Eles são neurocientistas cognitivos, não psicanalistas, mas interpretam suas descobertas em termos freudianos, alegando, basicamente, que os danos à região límbica frontal que produzem as confabulações prejudicam os mecanismos de controle cognitivo, que são a base da monitoração normal da realidade, e libertam da inibição as influências implícitas do desejo na percepção, na memória e no julgamento.
Freud argumentava que o princípio do prazer, na verdade, exprimia impulsos primitivos, animais. Para seus contemporâneos vitorianos, a idéia de que o comportamento humano fosse no fundo governado por compulsões sem nenhum propósito mais nobre que a auto-realização carnal era simplesmente escandalosa. O escândalo se atenuou nas décadas seguintes, mas o conceito freudiano do homem como animal foi mantido em segundo plano pelos cientistas cognitivos. Agora ele está de volta. Neurocientistas como Donald W. Pfaff, da Universidade Rockefeller, e Jaak Panksepp, da Universidade Estadual de Bowling Green, acreditam hoje que os mecanismos instintivos que regem a motivação humana são ainda mais primitivos do que imaginava Freud. Nossos sistemas básicos de controle emocional são iguais aos de nossos parentes primatas e aos de todos os mamíferos. No nível profundo da organização mental que Freud chamou de id, a anatomia e a química funcionais de nosso cérebro não são muito diferentes daquelas dos animais que vivem nos currais ou dos bichos de estimação.

No entanto, os neurocientistas modernos não aceitam a classificação freudiana da vida instintiva humana como simples dicotomia entre sexualidade e agressão. Através do estudo de lesões e do efeito de drogas, além da estimulação artificial do cérebro, eles identificaram pelo menos quatro circuitos instintivos básicos em mamíferos, sendo que alguns deles se sobrepõem. São o sistema de "recompensa" ou de "busca" (que inclui a procura de prazer); o sistema da "raiva" (que comanda a agressão raivosa, mas não a predatória); o sistema de "medo-ansiedade"; e o do "pânico" (que inclui instintos como os que comandam os impulsos maternais ou as relações sociais). Também se investiga a existência de outras forças instintivas, como um sistema de "brincadeira". Todos esses sistemas cerebrais são regulados por neurotransmissores, substâncias químicas que carregam mensagens entre os neurônios do cérebro.

O sistema de busca, controlado pelo neurotransmissor dopamina, apresenta uma incrível semelhança com a "libido" freudiana. De acordo com Freud, os impulsos sexuais ou libidinosos são um sistema de busca de prazer que move a maioria de nossas interações com o mundo. Pesquisas recentes mostram que seu equivalente neural está diretamente envolvido em quase todas as formas de compulsão e vício. É interessante notar que as primeiras experiências de Freud com a cocaína - na maioria delas ele aplicava a droga em si mesmo - o convenceram de que a libido devia ter algum fundamento neuroquímico. 


Farmácia Freudiana
Ao contrário de seus sucessores, Freud não via motivo para o antagonismo entre psicanálise e psicofarmacologia. Ele antevia com entusiasmo o dia em que a "energia do id" seria diretamente controlada por "determinadas substâncias químicas". Os tratamentos que combinam psicoterapia com medicamentos que agem no cérebro são considerados hoje a melhor abordagem para muitos transtornos. E tecnologias de imagem mostram que a psicoterapia atua no cérebro de modo semelhante aos medicamentos.
As idéias de Freud também estão ressurgindo na ciência que trata do sono e dos sonhos. Sua teoria dos sonhos - a de que são um modo de vislumbrar os desejos inconscientes - foi desacreditada com a descoberta da correlação estreita entre o movimento rápido dos olhos (REM) e o ato de sonhar, nos anos 1950. A visão freudiana perdeu praticamente toda a credibilidade nos anos 1970, quando pesquisadores mostraram que o ciclo do sonho era controlado pela substância química acetilcolina, produzida em parte "desimportante" do tronco encefálico. O sono REM acontecia automaticamente, mais ou menos a cada 90 minutos, e era desencadeado por substâncias químicas e estruturas cerebrais que nada tinham a ver com a emoção e a motivação. Essa descoberta queria dizer que os sonhos provavelmente não tinham nenhum significado; eram simplesmente histórias concatenadas pelo cérebro para tentar refletir a atividade cortical aleatória provocada pelos acontecimentos do dia.

Estudos mais recentes vêm mostrando que o sono REM e o sonho são estados dissociáveis, controlados por mecanismos distintos, embora interajam. O sonho é produzido por uma rede de estruturas reunidas nos circuitos instintivo-motivacionais do cérebro anterior. Essa revelação deu origem a uma miríade de teorias sobre os sonhos, sendo que a maior parte delas remete a Freud.


Fibras dos Sonhos
Mais intrigante é a observação feita por mim e por outros cientistas de que os sonhos param totalmente quando determinadas fibras nas profundezas do lobo frontal se rompem - um sintoma que coincide com a redução geral do comportamento motivado. A lesão é a mesma que era deliberadamente produzida na lobotomia pré-frontal, um procedimento cirúrgico obsoleto usado para controlar alucinações. Esse tipo de operação foi substituído na década de 1960 por medicamentos que reduzem a atividade da dopamina nos mesmos sistemas cerebrais. O sistema de busca, portanto, pode ser o produtor básico dos sonhos.

Se a hipótese for confirmada, a teoria de que os sonhos estão ligados à realização dos desejos pode voltar a determinar a agenda do estudo do sono. Mas, mesmo que prevaleçam outras interpretações, todas elas demonstram que a conceituação "psicológica" dos sonhos voltou a ser cientificamente respeitável. Poucos neurocientistas ainda negam - como já fizeram sem medo - que o conteúdo dos sonhos tenha um mecanismo básico emocional.
Nem todos são entusiastas do ressurgimento dos conceitos freudianos na ciência mental. Não é fácil para a geração mais antiga de psicanalistas, por exemplo, aceitar que seus alunos e colegas mais jovens podem e devem sujeitar a sabedoria convencional a um nível totalmente novo de escrutínio biológico. Mas um número animador de cientistas mais velhos, dos dois lados do Atlântico, - comprometidos a pelo menos manter a mente aberta, como demonstram minha menção anterior aos psicanalistas eminentes que fazem parte do conselho da Neuro-Psychoanalysis e as muitas cabeças grisalhas da Sociedade Internacional de Neuropsicanálise.

Para os neurocientistas mais antigos, a resistência ao retorno das idéias psicanalíticas vem de um tempo, no início de suas carreiras, em que o edifício da teoria freudiana era praticamente indestrutível. Eles não reconhecem nem a confirmação parcial de alguns conceitos fundamentais de Freud; exigem sua completa eliminação. Nas palavras de J. Allan Hobson, um renomado psiquiatra especialista em sono da Faculdade de Medicina de Harvard, o recente interesse em Freud é nada menos que uma inútil readaptação de dados modernos a parâmetros teóricos antiquados. Mas, como disse Panksepp em entrevista de 2002 à revista Newsweek, para os neurocientistas que estão entusiasmados com a reconciliação entre neurologia e psicanálise, "não é uma questão de provar se Freud estava certo ou errado, mas de terminar o serviço".

Se esse serviço puder ser concluído - se os "novos parâmetros intelectuais para a psiquiatria" de Kandel forem estabelecidos -, vai virar passado o tempo em que as pessoas com dificuldades emocionais tinham de escolher entre a terapia psicanalítica, que pode estar em desacordo com a medicina moderna e as drogas prescritas pela psicofarmacologia, que desvaloriza a conexão entre as substâncias químicas cerebrais que manipula e as complexas trajetórias de vida que culminam nos problemas emocionais. A psiquiatria do futuro promete oferecer aos pacientes assistência fundamentada na compreensão integrada do que realmente governa o que sentimos e fazemos.
Quaisquer que sejam as terapias que o amanhã nos reserva, os pacientes só podem se beneficiar de um entendimento melhor de como o cérebro funciona. À medida que os neurocientistas modernos se voltam mais uma vez para as questões profundas da psicologia humana que tanto preocuparam Freud, é gratificante perceber que podemos construir sobre os alicerces que ele edificou, em vez de começar do zero. Mesmo que identifiquemos os pontos fracos das teorias de Freud e corrijamos, revisemos e completemos seu trabalho, é maravilhoso ter o privilégio de terminar o serviço.
Mark Solms é professor de neuropsicologia na Universidade da Cidade do Cabo, África do Sul, e conferencista honorário em neurocirurgia na Real Escola de Medicina e Odontologia de Londres. Também é diretor do Centro Arnold Pfeffer de Neuropsicanálise do Instituto Psicanalítico de Nova York e neuropsicólogo consultor do Centro Anna Freud em Londres. Solms é editor e tradutor da série de quatro volumes The Complete Neuroscientific Works of Sigmund Freud, a ser lançada pela Karnak Books. No Brasil, publicou O que é neuropsicanálise.
sábado, 10 de novembro de 2012 0 comentários

Freud está de volta Parte II



Juntos, esses pesquisadores estão desenvolvendo o que Kandel chama de "novos parâmetros intelectuais para a psiquiatria". Dentro desses parâmetros, a ampla organização da mente esboçada por Freud parece destinada a funcionar como a teoria da evolução de Darwin em relação à genética molecular - um modelo ao qual novos detalhes vão se ajustando. Ao mesmo tempo, neurocientistas revelam provas de algumas das teorias de Freud e desvendam os mecanismos que estão por trás dos processos mentais descritos por ele. 


Motivação Inconsciente
Quando Freud introduziu a noção central de que a maioria dos processos mentais que determinam nossos pensamentos, sentimentos e desejos acontece inconscientemente, a idéia foi rejeitada. Mas descobertas atuais confirmam a existência e o papel essencial dos processos mentais inconscientes. Um exemplo é que o comportamento de pacientes incapazes de lembrar de acontecimentos passados por causa de danos a estruturas que armazenam lembranças no cérebro é claramente influenciado pelos fatos "esquecidos". Os neurocientistas cognitivos analisam casos assim, determinando sistemas de memória diferentes, que processam a informação "explicitamente" (conscientemente) ou "implicitamente" (inconscientemente). Freud havia dividido a memória da mesma forma.
Os neurocientistas também identificaram sistemas de memória que controlam o aprendizado emocional. Em 1996, na Universidade de Nova York, LeDoux demonstrou a existência, sob o córtex consciente, de uma via neuronal que conecta informações de percepção com estruturas primitivas do cérebro responsáveis pela geração de reações de medo. Como essa via atravessa o hipocampo - que gera memórias conscientes -, acontecimentos do presente desencadeiam lembranças emocionalmente importantes, provocando sensações conscientes que parecem irracionais, como "homens de barba me dão arrepios".

A neurociência mostrou que as principais estruturas cerebrais essenciais para a formação de memórias conscientes não são funcionais durante os dois primeiros anos de vida, explicando o que Freud chamou de amnésia infantil. Como supôs Freud, não é que tenhamos esquecido nossas lembranças mais antigas; simplesmente não conseguimos trazê-las à consciência. Mas essa incapacidade não as impede de afetar os sentimentos e o comportamento adultos. Seria difícil encontrar um neurobiólogo que não concorde que as experiências da primeira infância, principalmente entre mãe e bebê, influenciam o padrão das conexões cerebrais de modo a moldar nossa personalidade e saúde mental futuras. Apesar disso, não é possível lembrar dessas experiências conscientemente. Fica cada vez mais claro que boa parte de nossa atividade mental é motivada pelo inconsciente.
Repressão Justificada
Mesmo que sejamos fundamentalmente guiados por pensamentos inconscientes, isso não prova a afirmação de Freud de que reprimimos informações desagradáveis por vontade própria. No entanto, começam a se acumular estudos que apóiam essa noção. O mais famoso deles foi feito em 1994 pelo neurologista Ramachandran, da Universidade da Califórnia em San Diego, com pacientes que sofriam de "anosognosia". Danos na região parietal direita do cérebro dessas pessoas fazem com que não percebam que possuem problemas físicos graves, como um membro paralisado. Depois de ativar artificialmente o hemisfério direito de uma paciente, Ramachandran observou que ela percebeu que seu braço esquerdo estava paralisado - e estava assim desde que ela havia sofrido um derrame, oito dias antes. Ela era capaz de reconhecer a ausência e tinha registrado inconscientemente esso fato nos oito dias anteriores, apesar de suas negativas conscientes de que houvesse algo errado.
Quando o efeito da estimulação acabou, a mulher não apenas voltou a acreditar que seu braço estava normal, mas também esqueceu a parte da entrevista em que tinha percebido que o braço estava paralisado, apesar de lembrar dos mínimos detalhes da conversa. Ramachandran concluiu: "A extraordinária implicação teórica dessas observações é que as lembranças realmente podem ser seletivamente reprimidas. Ver essa paciente me convenceu, pela primeira vez, da realidade do fenômeno da repressão que compõe a pedra fundamental da teoria psicanalítica clássica".

Assim como os pacientes com o "cérebro dividido", cujos hemisférios permanecem sem ligação entre si, os pacientes de anosognosia abstraem fatos indesejados, dando explicações plausíveis, mas inventadas, sobre ações motivadas pelo inconsciente. O hemisfério esquerdo emprega claramente os "mecanismos de defesa" freudianos, diz Ramachandran.

Fenômenos análogos também vêm sendo demonstrados em pessoas com cérebros intactos. Como disse o neuropsicólogo Martin A. Conway, da Universidade Durham, na Inglaterra, em comentário publicado na Nature em 2001, se efeitos significativos de repressão podem ser produzidos em pessoas normais num cenário inocente de laboratório, imagine só o tamanho dos efeitos produzidos pelo turbilhão emocional das situações traumáticas da vida real. 

Freud foi mais além. Para ele, não somente grande parte de nossa atividade mental é inconsciente e vive em negação, mas a parte reprimida do inconsciente opera de acordo com um princípio diferente do "princípio de realidade" que governa o ego consciente. Esse tipo de pensamento inconsciente está ligado ao desejo e ignora tanto as leis da lógica quanto o tempo.
Se Freud está certo, danos a estruturas inibidoras do cérebro (a morada do ego "repressor") liberariam formas irracionais, ligadas ao desejo, de funções mentais. É exatamente isso que se observa em pacientes com danos na região límbica frontal, que controla os aspectos essenciais da autoconsciência. Os pacientes apresentam uma síndrome conhecida como psicose de Korsakoff: não percebem que têm amnésia e preenchem as lacunas da memória com histórias inventadas, as confabulações.

A neuropsicóloga da Durham, Aikatereni Fotopoulou, estudou um paciente desse tipo em meu laboratório. O homem não conseguia se lembrar, em nas sessões de 50 minutos em minha sala, durante 12 dias consecutivos, que já me conhecia e que havia se submetido a uma operação para retirar um tumor dos seus lobos frontais, o que causava a amnésia. Para ele, não havia nada de errado com sua saúde. Quando questionado sobre a cicatriz na cabeça, ele confabulava explicações absolutamente improváveis: que tinha sofrido uma cirurgia odontológica, ou uma operação de ponte de safena. Ele realmente tinha passado por esses procedimentos - anos antes.

Da mesma forma, quando questionado sobre quem eu era e o que ele fazia em meu laboratório, dizia que eu era um cirurgião dentista, um companheiro de bebida, um cliente em consulta profissional, um colega de time de um esporte que não praticava havia décadas ou um mecânico que estava consertando um de seus vários carros esporte (que ele não possuía). Seu comportamento era coerente com essas falsas crenças: ele olhava para a cerveja sobre a mesa ou para o carro através da janela. 




terça-feira, 6 de novembro de 2012 0 comentários

Freud está de volta Parte I



Na primeira metade do século 20, as idéias de Sigmund Freud dominaram as explicações sobre o funcionamento da mente. Seu pressuposto básico era que nossas motivações permanecem em sua maior parte no inconsciente. Mais que isso, são mantidas longe da consciência por uma força repressora. O aparato executivo da mente (o ego) rejeita iniciativas do inconsciente (o id) que estimulam comportamentos incompatíveis com nossa concepção civilizada de nós mesmos. A repressão é necessária porque esses impulsos se manifestam na forma de paixões incontroláveis, fantasias infantis e compulsões sexuais e agressivas.

Quando a repressão não funciona, dizia Freud até sua morte, em 1939, surgem as doenças mentais: fobias, ataques de pânico e obsessões. O objetivo da psicoterapia, portanto, era rastrear os sintomas neuróticos até suas raízes inconscientes e aniquilar seu poder através de sua confrontação com a análise madura e racional.
Conforme as pesquisas sobre a mente e o cérebro se sofisticaram, a partir da década de 1950, os especialistas se deram conta de que as evidências fornecidas por Freud eram bem tênues. Seu principal método de investigação não era a experimentação controlada, mas a simples observação de pacientes no cenário clínico, combinada a inferências teóricas. Os tratamentos com remédios ganharam força, e a abordagem biológica das doenças mentais deixou a psicanálise nas sombras. Se Freud estivesse vivo, é possível que até saudasse essa reviravolta. 

Neurocientista muito respeitado até hoje, ele freqüentemente fazia comentários como "as deficiências de nossa descrição provavelmente desapareceriam se já pudéssemos substituir os termos psicológicos por termos fisiológicos e químicos". 
Na década de 1980, os conceitos de ego e id eram considerados antiquados, mesmo em certos círculos psicanalíticos. Freud era passado. Na nova psicologia, o motivo de as pessoas deprimidas se sentirem mal não é a destruição das primeiras ligações sentimentais da infância - há um desequilíbrio nas substâncias químicas de seu cérebro. A psicofarmacologia, no entanto, não oferece uma grande teoria sobre a personalidade, as emoções e as motivações - uma nova concepção do que realmente governa o que sentimos e o que fazemos. Sem esse modelo, os neurocientistas concentraram seu trabalho em pontos específicos e deixaram de lado o quadro geral.

Esse quadro está voltando, e a surpresa é: não é muito diferente do que o delineado por Freud há um século. Ainda estamos longe de um consenso, mas um número cada vez maior de neurocientistas está chegando à mesma conclusão de Eric R. Kandel, da Universidade Columbia, o Prêmio Nobel de 2000 em fisiologia ou medicina: a psicanálise "ainda é a visão da mente mais intelectualmente satisfatória e coerente".
Freud está de volta, e não apenas na teoria. Grupos interdisciplinares reunindo os campos antes distantes e muitas vezes contrários da neurociência e da psicanálise se formaram em praticamente todas as grandes cidades do mundo. Essas redes, por sua vez, uniram-se na Sociedade Internacional de Neuropsicanálise, que organiza um congresso anual e publica a bem-sucedida revista Neuro-Psychoanalysis. O conselho editorial da publicação, formado por uma constelação de especialistas da neurociência comportamental contemporânea - incluindo Antonio R. Damasio, Kandel, Joseph E. LeDoux, Benjamin Libet, Jaak Panksepp, Vilayanur S. Ramachandran, Daniel L. Schacter e Wolf Singer -, é o maior testemunho do renovado respeito pelas idéias de Freud.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012 0 comentários

Teoria da personalidade conforme Alfred Adler





Alfred Adler nasceu de uma família de classe média em Viena, em 1870, e morreu na Escócia em 1937. Foi um dos fundadores da Sociedade Psicanalítica de Viena e depois seu presidente. Não demorou muito para que começasse a desenvolver idéias que divergissem das de Freud. Formou, então, seu próprio grupo, denominando-o grupo do sistema holístico da psicologia individual.
A abordagem criada por Adler compreende as pessoas como sendo totalidades integradas dentro de um sistema social. Sustenta a motivação do homem como sendo fundamentada pelas solicitações sociais. Para Adler, o homem procura contato com os outros, empreende atividades sociais em cooperação, põe o bem-estar social acima do interesse próprio, adquirindo um estilo de vida que é, predominantemente, orientado para o meio externo.
Adler manifesta uma preocupação biológica, tanto quanto Freud e Jung. Freud enfatiza o sexo, Jung os padrões primitivos de pensamento e Adler o interesse social.
Adler cria alguns conceitos muito importantes para a psicologia da personalidade:
Self – corresponde a um sistema altamente personalizado e subjetivo que interpreta e tornam significativas as experiências do organismo. É criador, unitário, consistente e soberano na estrutura da personalidade.
É algo que intervém entre os estímulos que agem sobre a pessoa e as respostas que ela oferece. O homem constrói sua personalidade com a matéria-prima da hereditariedade e da sua experiência. O self criador dá sentido à vida; cria tanto o ideal como os meios de atingi-lo. É o princípio ativo da vida humana.
Estilo de vida – corresponde ao princípio do sistema pelo qual a personalidade funciona; é o todo que comanda as partes. É o princípio que explica a singularidade da pessoa. Cada pessoa tem um estilo de vida e não há dois iguais.
Todos têm o mesmo objetivo, a superioridade, mas há inúmeras maneiras de atingi-lo. Toda conduta de uma pessoa tem origem em seu estilo de vida. Este forma-se na infância, por volta dos quatro anos de idade e, daí por diante, as experiências são assinaladas e utilizadas de acordo com ele. É uma compensação para determinada inferioridade.
Luta pela superioridade – corresponde ao objetivo superior do homem na sua luta contra os obstáculos: ser agressivo, poderoso superior.
“Superioridade é algo análogo ao conceito de self em Jung, ou ao princípio de auto-realização de Goldstein. É um esforço da personalidade no sentido de completar-se. É ‘a força que arrasta para cima.’” (Hall & Lindzey)
Todas as funções do homem seguem a direção da luta pela superioridade, que é inata, é um princípio dinâmico preponderante – uma luta pela plena realização de si mesmo.
Inferioridade e compensação – há a inferioridade orgânica, pois, para Adler, cada região do corpo apresenta uma inferioridade básica, inferioridade essa que existe em virtude de herança ou de alguma anomalia do desenvolvimento.
Depois Adler ampliou o conceito, incluindo quaisquer sentimentos de inferioridade, tanto os que decorrem de incapacidades psicológicas ou sociais sentidas subjetivamente, como os que se originam de fraqueza ou deficiência física.
No princípio, Adler correlacionava a inferioridade com feminilidade, cuja compensação ele chamou de “protesto masculino”. Os sentimentos de inferioridade decorrem de um senso de imperfeição em alguma esfera da vida. Adler afirmava que os sentimentos de inferioridade não são indícios de anormalidade; são a causa de todo melhoramento na vida humana.
Sob condições normais o sentimento de inferioridade ou um senso de imperfeição é a grande mola propulsora da humanidade. O homem é impulsionado pela necessidade de superar sua inferioridade e arrastado pelo desejo de ser superior.
Interesse social – corresponde à verdadeira e inevitável compensação pela natural fraqueza dos seres humanos. É quando a luta pela superioridade torna-se socializada.
Adler acreditava que o interesse social é inato; que o homem é uma criatura social por natureza e não por hábito. Contudo, à semelhança de qualquer outra aptidão natural, esta predisposição inata não surge espontaneamente. Ela torna-se atuante quando orientada e treinada.
É esse interesse social inato que motiva o homem a subordinar o interesse pessoal ao bem-estar comum.
Finalismo de ficção – Adler descobriu a idéia de que o homem é motivado mais pelas expectativas do futuro do que por suas experiências do passado. Esses objetivos de ficção eram, para Adler, a causa subjetiva dos acontecimentos psicológicos.
Adler identificou a teoria de Freud com o princípio da causalidade e sua própria teoria com o princípio do finalismo.
“Só o objetivo final pode explicar a conduta humana.” (Adler, 1930)
Esse objetivo final pode ser uma ficção, isto é, um ideal impossível de realizar-se mas que é, não obstante, um estímulo real para o esforço humano e para a explanação última de sua conduta. Adler acreditava, contudo, que a pessoa podia libertar-se da influência dessas ficções e enfrentar a realidade quando necessário, o que o neurótico é incapaz de fazer.
Conclusão
Adler interessou-se, especialmente, pelas espécies de influências que predispõem a criança para um defeituoso estilo de vida. Descobriu alguns fatores importantes, como as crianças com inferioridades, as crianças mimadas, as crianças rejeitadas.
As crianças com enfermidades físicas e mentais sofrem muito e têm tendência a se sentir deficientes face às solicitações da vida. Em geral, consideram-se fracassadas. Se, porém, tiverem pais compreensivos e encorajadores, poderiam compensar suas inferioridades e transformar sua fraqueza em força.
Muitos homens famosos começaram a vida com deficiências orgânicas, que depois superaram. Constantemente, e com veemência, Adler levantou sua voz contra os males da superproteção; pois, para ele, esse é o maior castigo que se pode impor à uma criança.
As crianças superprotegidas não conseguem desenvolver sentimentos sociais; tornam-se déspotas, à espera de que a sociedade se conforme com seus desejos egoístas. Adler considerava isso danoso à sociedade.
A rejeição também produz conseqüências desastrosas nas crianças. Maltratadas na infância, tornam-se adultas inimigas da sociedade. Seu estilo de vida é dominado pela necessidade de vingança.
Essas condições – enfermidade orgânica, superproteção e rejeição – produzem concepções errôneas sobre o mundo, resultando num estilo patológico de vida.

Bibliografia


- REIS, MAGALHÂES, GONÇALVES – Alfred Adler e a psicologia individual, cap.3 In: Teorias da Personalidade, ed. Pedagógica e universitária ltda., São Paulo, 1984.
- HALL, LINDZEY – Teorias culturalistas: Adler, Fromm, Horney e Sullivan, cap.4 In: Teorias da personalidade, ed. Pedagógica e universitária ltda., São Paulo, 1973.
terça-feira, 30 de outubro de 2012 0 comentários

"O sonho é a estrada real que conduz ao inconsciente." S. Freud

A crença mantida na antiguidade, de que os sonhos eram enviados pelos deuses afim de ordenar as ações dos homens, constitui ainda hoje uma convicção popular. Basta lembrarmos do sonho do faraó, proposto a José na Bíblia, das sete vacas gordas seguidas por outras sete magras que devoram as primeiras. O significado era uma profecia de sete anos de fome no Egito.

Esse método de interpretação simbólica é tão difundido como outro de decifração, onde para cada elemento onírico encontra-se um significado correspondente, estabelecido nos livros de sonhos com tabelas de palavras-chaves e lugares comuns.
É a partir de Freud (nasceu 06 de maio de 1856 - 23 setembro 1939), que o sonho torna-se objeto de pesquisa científica com o livro, A Interpretação dos Sonhos, resultando na criação de um novo método de interpretação psicanalítica. Não há dúvida que aquela era uma grande descoberta, mais ou menos original.
As descobertas de Freud, de que os sonhos têm um conteúdo psicológico fundamental revolucionaram o estudo da mente. Antes os sonhos eram tidos como meros efeitos de um trabalho desconexo, provocados por estímulos fisiológicos. Os conhecimentos desenvolvidos por Freud trouxeram os sonhos para o campo da Psicologia e demonstraram que estes são tão somente a realização de desejos, disfarçados ou não, satisfeitos em pleno campo psíquico.

Freud, faz referências a três tipos de sonhos – aqueles que fazem de imediato sentido, inteligíveis e como tal integrados na nossa vida; mais frequentes nas crianças do que nos adultos, não deixando lugar para dúvidas. Outros, ainda inteligíveis mas que apresentam algum grau de estranheza, sendo já difícil encontrar um significado entre o conteúdo manifesto e o conteúdo latente, mais frequentes nas crianças, e, por fim, os mais habituais nos adultos; sonhos desconexos, sem qualquer lógica, e, em que o conteúdo manifesto desfigura completamente o conteúdo latente. Quando não são confusos, o indivíduo pode não reconhecê-los comos seus.

O sonho, como todo o funcionamento psíquico é multideterminado. À transformação do conteúdo latente em conteúdo manifesto chamamos “trabalho ou labor do sonho”. Consiste no disfarce ,a pessoa não tem conhecimento direto do que acontece porque determinadas ideias causam ansiedade e, como tal não são admitidas no consciente. Por exemplo, a ideia A ao querer surgir na consciência sofre uma censura e é obrigada a tansformar-se em B.
O sonho é uma manifestação criativa da psique (mente inconsciente e consciente) e transcende os meros cinco sentidos. Portanto, os sonhos podem, de forma simbólica e numa linguagem própria, revelar questões de nossa personalidade que precisam ser trabalhadas.

Além de apresentar soluções para problemas do cotidiano e regular nossas emoções internas.
Como expressão simbólica do processo vital, o sonho tem implicações profundas e elevadas, para o físico e para o espiritual, para o corpo e para a psique. Ele pode ser um aliado valioso para a compreensão dessas interligações.
Pode nos fornecer o mapa para a compreensão simbólica de sintomas psicossomáticos e, por vezes, de sua resolução.
Pode constituir, assim, uma chave preciosa para nosso autoconhecimento e bem-estar.


By: Jane
quinta-feira, 25 de outubro de 2012 0 comentários

Uma Homenagem ao Prof. José Vilson dos Anjos

Lembro-me de uma aula que, com certeza, foi a melhor aula que tive na faculdade de psicologia... O professor era o José Vilson dos Anjos, chefe da cadeira de psicopatologia da Unip... Ele não assinava nenhum papel, não se rendia a nenhuma burocracia, mas era tão respeitado que mesmo não tendo nenhum documento que 'provasse', ele tinha esse cargo. E era realmente um mestre. 

Mas vamos à aula... 

O tema era o amor. Graças a Deus ele não ficava só na psicanálise e visitava outros assuntos para falar do amor... Música, Astrologia, Tarot, Mitologia, História, Umbanda, etc 

Mas nessa aula, entre outras coisas ele falou sobre as Quatro Ignorâncias de um Amante, sob o ponto de vista do 

Pe. Antônio Vieira, lá no ano de 1630.... 

E elas são: 

A Primeira Ignorância de um Amante

Não conhecer a si mesmo 

Quando não conhecemos a nós mesmos entramos no estado de identificação e projeção com a outra pessoa. Projetamos no outro aspectos nossos. Não sabemos olhar para dentro e reconhecer os próprios erros, as próprias dificuldades então dizemos que o outro é terrível. Criamos uma lista de culpados pela nossa própria insatisfação. 

Conhecer a si mesmo também é estar em contato com nosso Eu Superior, a parte Divina em nós, que sabe dar limites, que sabe perdoar, que não aceita o que é inaceitável. E que ama profundamente, a sim mesmo e ao outro. 

A Segunda Ignorância de um Amante 

Não conhecer a quem se ama 

Quando não conhecemos a essência da outra pessoa criamos expectativas, destruímos a comunicação saudável, acusamos erroneamente o outro, enfim criamos confusão, ilusão e mal entendidos. Queremos que ela nos dê o que ela não pode nos dar, queremos que ela seja perfeita, imaculada, iluminada. 

Mas todos temos lados positivos e negativos, não? 

A Terceira Ignorância de um Amante - 

Não conhecer o Amor 

O Amor é um sentimento que une, que engloba, que junta. E ele começa trazendo as nossas partes obscuras à consciência. Integrar nossa sombra e transformá-la em Luz é uma obra do Amor. Somente este sentimento tem a capacidade de fazer isto. O Amor coloca a mão na lama porque sabe que quando erguemos as mãos para o céu a lama é transmutada. Sendo assim é possível curar feridas, amenizar o casaço existencial, suavizar emoções pesadas. 

Estar em estado de amor significa também aceitar e curar nossos lados sombrios e os lados sombrios da outra pessoa. Porque todos temos um inconsciente repleto de medos, de traumas.... E o Amor sabe disso. 

Quando duas pessoas inteiras estão harmonizadas, no caminho, se trabalhando e essas pessoas se relacionam, se amam, com certeza elas estarão gerando muita Luz para o mundo. 

A Quarta Ignorância de um Amante 

Não saber a hora de parar, mesmo amando. 

Quem ama sabe que as coisas mudam, e que há momentos em que é melhor jogar tudo para o vento. O Desapego é necessário. Afinal o que realmente levamos conosco quando morremos? O Amor. 

O Desapego é uma grande lição. Ele nos mostra o caminho da aceitação do que É. Ele diminui a nossa necessidade de estarmos sempre certos. Ele nos mostra que a vida nem sempre é do jeito que a gente gostaria que ela fosse e ao aceitar este fato crescemos espiritualmente. 

Um grande abraço a todos, 

fica aqui a minha homenagem ao Vilson, que já está no mundo espiritual, com certeza ajudando muito por lá....

sábado, 20 de outubro de 2012 0 comentários

Pensamento Filosófico Moderno


Pensamento Filosófico Moderno
Com o Renascimento Cultural e Científico, o surgimento da burguesia e o fim da Idade Média, as formas de pensar sobre o mundo e o Universo ganham novos rumos. A definição de conhecimento deixa de ser religiosa para entrar num âmbito racional e científico. O teocentrismo é deixado de lado e entre em cena o antropocentrismo ( homem no centro do Universo ). Neste contexto, René Descartes cria o cartesianismo, privilegiando a razão e considerando-a  base de todo conhecimento. 
A burguesia, camada social em crescimento econômico e político, tem seus ideais representados no empirismo e no idealismo.
No século XVII, o pesquisador e sábio inglês Francis Bacon cria um método experimental, conhecido como empirismo. Neste mesmo sentido, desenvolvem seus pensamentos Thomas Hobbes e John Locke
Conhecido como o percursor do pensamento filosófico moderno, o filósofo e matemático francês René Descartes dá uma grande contribuição para a Filosofia no século XVII ao desenvolver o Método Cartesiano. De acordo com este método, só existe aquilo que pode ter sua existência comprovada.
iluminismo surge em pleno século das Luzes, o século XVIII. A experiência, a razão e o método científico passam a ser as únicas formas de obtenção do conhecimento. Este, a única forma de tirar o homem das trevas da ignorância. Podemos citar, nesta época, os pensadores Immanuel Kant, Friedrich Hegel, Montesquieu, Diderot, D'Alembert e Rosseau.
O século XIX é marcado pelo positivismo de Auguste Comte. O ideal de uma sociedade baseada na ordem e progresso influencia nas formas de refletir sobre as coisas. O fato histórico deve falar por si próprio e o método científico, controlado e medido, deve ser a única forma de se chegar ao conhecimento.
Neste mesmo século, Karl Marx utiliza o método dialético para desenvolver sua teoria marxista. Através do materialismo histórico, Marx propõe entender o funcionamento da sociedade para poder modificá-la. Através de uma revolução proletária, a burguesia seria retirada do controle dos bens de produção que seriam controlados pelos trabalhadores.
Ainda neste contexto, Friedrich Nietzsche, faz duras críticas aos valores tradicionais da sociedade, representados pelo cristianismo e pela cultura ocidental. O pensamento, para libertar, deve ser livre de qualquer forma de controle moral ou cultural.
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Pensamento Medieval


Pensamento Medieval
O pensamento na Idade Média foi muito influenciado pela Igreja Católica Desta forma, o teocentrismo acabou por definir as formas de sentir, ver e também pensar durante o período medieval. De acordo com Santo Agostinho, importante teólogo romano, o conhecimento e as idéias eram de origem divina. As verdades sobre o mundo e sobre todas as coisas deviam ser buscadas nas palavras de Deus.
Porém, a partir do século V até o século XIII, uma nova linha de pensamento ganha importância na Europa. Surge a escolástica, conjunto de idéias que visava unir a fé com o pensamento racional de Platão e Aristóteles. O principal representante desta linha de pensamento foi São Tomás de Aquino.
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