segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A Rã e o Escorpião

O fogo crepita feroz e avassalador. Na margem do largo rio que permeia a floresta, encontram-se dois inimigos figadais: a rã e o escorpião. Lépida e faceira, a rã prepara-se para o salto nas águas salvadoras. O escorpião, que não sabe nadar, aterroriza-se ante a morte certa, estorricado pelas chamas ou impiedosamente tragado pelas águas revoltas.
.Arguto e num esforço derradeiro, implora o escorpião:
.— Bela rã, leva-me nas tuas costas na travessia do rio!
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— Não confio em ti! Teu ferrão é inclemente e mortal — responde a rã.
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— Jamais tamanha ingratidão. Ademais, se eu te picar, é morte certa para nós dois.
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— É verdade — pensou candidamente o bondoso batráquio. Então suba!
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E lá se foram irmanados e felizes. No entanto, no meio da travessia, a rã é atingida no dorso por uma impiedosa ferroada. Entremeando dor e revolta, trava o derradeiro diálogo:
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— Quanta maldade! — exclama a rã, contorcendo-se. Não vês que morreremos os dois?
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— Sim, responde o escorpião, mas essa é a minha natureza!

Conto Africano

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